O corte repentino da rede de transportes de Sydney, que apanhou desprevenidos centenas de milhares de passageiros no seu trajeto e rotinas matinais, foi rotulado pelo governo de Nova Gales do Sul/NSW como "terrorismo".
Nenhum comboio de passageiros está a operar em Sydney, Newcastle, Central Coast, Blue Mountains e Illawarra nesta segunda-feira, depois das autoridades dos transportes estaduais suspenderem os serviços, deixando os passageiros no limbo, no horário de pico desta manhã.
- Não há comboios em circulação nas estações de Sydney, Newcastle, Central Coast, Blue Mountains e Illawara
- RTBU pára comboios porque diz que quer uma rede de transportes segura, limpa e livre da privatização
- Governo de NSW acusa RTBU de “terrorismo”
A ação é a batalha mais recente de uma longa guerra entre o governo e esta entidade sindical sobre as garantias de segurança, higiene e privatização na área dos transportes de NSW.
No entanto, o secretário do sindicato, Alex Claassens, insiste que os trabalhadores ferroviários não estão em greve e que estão prontos para colocar os comboios em circulação "em um minuto".
O ministro dos Transportes, David Elliott, disse que o governo não tem culpa desta situação, acrescentando que o sindicato não compareceu a uma reunião de conciliação da indústria, na noite deste domingo.
"Acho que estamos agora num grande impasse, porque eles [Rail, Tram and Bus Union NSW] não podem usar o sistema de transporte de Sydney para esta espécie de ato terrorista", disse Elliott à rádio 2GB na segunda-feira, acrescentando ainda:
"Eles acham que vão conseguir o que querem porque o governo está em fim de mandato. Isto são eles a prejudicarem o governo 12 meses antes de uma eleição."A entidade Transport for NSW disse que o assunto estava sob o arbítrio da indústria no fim de semana e foi tomada a decisão de se cancelarem os comboios por volta da meia-noite de domingo, depois da ação sindical impossibilitar a segurança operacional dos serviços.
Milhares de passageiros apanhados desprevenidos, à espera de comboios que não chegaram Source: AAP Image/David Moir
O sindicato, por seu turno, diz ter agido no âmbito da ação industrial em curso apenas suas vezes desde setembro de 2021: uma para anunciar uma paralisação de oito horas, e outra para organizar a segunda paragem de quatro horas, disse Claassens.
"Não se trata de dinheiro. Sempre se tratou de questões de segurança e de proteção contra a privatização", disse ele na Estação Central de Sydney, onde ainda acrescentou:
“Também se trata de garantir proteção para todos os passageiros, reforçando que queremos uma rede segura e limpa”.
Os passageiros estão a ser incentivados a usar modos alternativos de transporte e permitir tempo extra para as suas viagens.
O governo e o sindicato devem regressar à ´Fair Work Commission´ (Comissão de Trabalho Justo) na segunda-feira numa tentativa de resolver esta disputa.