Na vizinha Espanha foi neste sábado confirmado um caso de um cidadão alemão que estava em férias nas Canárias e que fazia parte de um grupo de 6 alemães também em férias.
Ele não tem sintomas mas, ao desembarcarem nas Canárias, souberam que uma pessoa com quem conviveram na Alemanha deu positivo.
Entenderam por isso alertar as autoridades espanholas – que de imediato isolaram os seis e os submeteram a testes.
Foi aí que se revelou que um dos 6 era portador do coronavirus – apesar de assintomático – tal como a fonte do contágio na Alemanha.
Todos estão agora de quarentena, mas há um dado principal a ser tratado pelas equipas médicas e de investigação em epidemiologia: é a constatação de contágio a partir de pessoas que apesar de não apresentarem qualquer vestígio externo de afeção são – sem o saberem – portadoras do coronavirus.
As implicações que os contágios causados por pessoas asintomáticas podem ter na expansão da epidemia são enormes. São portadores que, por exemplo, podem cruzar uma fronteira sem serem detectados pelos controles de temperatura corporal implantados nos aeroportos.
Vários investigadores portugueses participam nas equipas internacinais de pesquisa sobre este coronavírus – com duplo foco: o tratamento de quem está infetado e a pesquisa de uma vacina.
Neste momento, são esperados em Portugal 17 dos 18 portugueses que estavam em Wuhan quando a crise coronavírus eclodiu. Viajam em avião militar com equipas médicas a bordo.
Dos 18 portugueses um não quis sair – é um empresário de futebol casado com uma brasileira que não tem ainda autorização chinesa para sair do país. Esse português entendeu ficar com a mulher.
Ele ainda tentou incluir a mulher no grupo de retirados de Wuhan sob supervisão da União Europeia, a embaixada portuguesa fez diligencias nesse sentido, mas a autorizção chinesa apenas aceitou incluir no grupo cidadãos com passaporte europeu. Daí este português ter decidido permanecer junto da mulher.
Uma questão sensível que as autoridades portuguesas estão a cuidar: evitar o risco de reações que possam ser xenófobas em relação à comunidade chinesa – reações traduzidas em afastamento pelo fantasma do medo de contágio.
Muitos restaurantes chineses estão a sentir baixa expressiva do número de clientes.
As autoridades portuguesas esforçam-se por transmitir a máxima informação, para que toda a gente esteja esclarecida, sem especulações. A mensagem traduz-se em poucas palavras: importa estar alerta, mas sem alarmes.