A indicação e aceitação de Sérgio Moro para ser ministro da Justiça do Brasil no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro agradou a muitos mas gerou controvérsia, como relatado pela imprensa internacional.
Para muitos, a surpresa ficou por conta de que o juiz Sérgio Moro tinha garantido "não haver qualquer possibilidade" de entrar na política, declarações que fez em Portugal, assim como antes no Brasil, como relata Sena Santos, nosso correspondente em Lisboa.
Enquanto isso, declarações de Jair Bolsonaro de que pretende romper laços diplomáticos com países que tenham governos de esquerda e que quer fechar a embaixada brasileira em Cuba estão deixando diplomatas brasileiros preocupados.
O ex-embaixador Rubens Ricúpero disse que fechar a embaixada em Cuba seria um retrocesso aos tempos da Guerra Fria. que "acabou há três décadas, com a queda do Muro de Berlim e o fim do comunismo".
Ele disse que os anúncios de Bolsonaro em relação à política externa, como o de que vai transferir a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém, tem um viés ideológico e não pragmático, contrário ao que o próprio Bolsonaro havia afirmado.
Para Rubens Ricúpero, no Oriente Médio há grandes interesses comerciais brasileiros, especialmente na exportação de frango e carne bovina para os países árabes, que são contra Jerusalém ser a sede de embaixadas, ao invés de Tel Aviv, a capital de Israel.
Ouça aqui a reportagem da Rádioagência Nacional e de Francisco Sena Santos, correspondente do Programa Português da Rádio SBS em Lisboa, lembrando quando Sérgio Moro garantia "não haver qualquer possibilidade" de entrar na política.