Governo quer acabar com subsídios para residentes permanentes nas universidades

Students protest the fee rise in Canberra

Students protest the fee rise in Canberra Source: AAP

Get the SBS Audio app

Other ways to listen

Além dos residentes permanentes, cidadãos da Nova Zelândia também perderão o subsídio do governo australiano para cursos de graduação nas universidades do país e terão que pagar o custo total a partir do ano que vem, caso o governo aprove no parlamento o seu pacote de reforma da educação superior.


O pacote de reformas das universidades na Austrália, proposto pelo governo de Malcolm Turnbull, causou indignação geral.

As preocupações vão desde o impacto financeiro nos estudantes e funcionários universitários como também a dúvida se os estudantes estrangeiros ainda vão querer estudar na Austrália.

O governo propõe aumentar em 8% o custo dos cursos universitários e os estudantes que são residentes permanentes ou cidadãos da Nova Zelândia, que no momento tem os mesmos direitos dos cidadãos australianos, terão que pagar o custo integral da universidade - um custo semelhante ao que os estudantes estrangeiros pagam.

No momento, os residentes permanentes pagam 42% do custo total dos seus cursos universitários e o governo complementa os outros 58%.

O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Bill English, disse não ter gostado nada da proposta de negar subsídios do governo australiano aos estudantes neo-zelandeses na Austrália, e disse que não foi informado do plano:

"Significant uncertainty about the Australian attitude towards that traditional arrangements and so we need to have a discussion about the general policies."

Somente quem tem a cidadania australiana terá direito aos subsídios do governo para a educação superior.

O governo federal também planeja forçar os estudantes a pagarem o seu crédito educativo - o chamado HECS - mais rápido, baixando para 42.000 dólares por ano o valor do salário, no momento em 55.874 dólares por ano, a partir do qual a Receita Federal passa a cobrar compulsoriamente - com retenção na fonte, no contracheque - a dívida do crédito educativo.

O governo diz que entre 2010 e 2015 o custo das universidades aumentou em 9,5%, por estudante, enquanto a receita das universidades aumentou em 15%, deixando o setor com lucros consideráveis.

O ministro federal da Educação, Simon Birmingham, diz que as universidades se beneficiaram com o aumento do número de estudantes nos últimos anos.

Ele realçou, no entanto, que a dívida do crédito educativo aumentou muito recentemente, estando agora acima dos 52 bilhões de dólares:

"Outstanding taxpayer-funded student loans have tripled since 2009, now standing at more than $52 billion. And without changes to this situation, the government actuary estimates that around a quarter of that is expected to go unpaid."

O governo deverá economizar quase 3 bilhões de dólares em 4 anos, caso o pacote das universidades seja aprovado.

A vice-líder da oposição, Tania Plibersek, disse que os cortes propostos terão um impacto muito sério:

"These cuts make it harder to deliver top-quality teaching and harder to do the research that keep universities relevant, that keep their academic staff engaged, that give their students opportunities to become researchers themselves."

A presidente da União Nacional dos Estudantes, Sophie Johnston, disse que as medidas são aterrorizantes, que vão fazer mais difícil a vida dos estudantes e que o pacote foi uma declaração de guerra aos estudantes e jovens em geral:

"They feel incredibly disrespected by some of the language that's been used and I can absolutely assure the government that we will be fighting back and there will be thousands and thousands of people alongside us."

 

MAIS VERBAS PARA AS ESCOLAS

O governo federal também anunciou um grande aumento nas verbas para as escolas primárias e secundárias do país.

As verbas totais para escolas públicas e particulares deverão aumentar em 75% na próxima década.

Apoio adicional será dado a estudantes de famílias de baixa renda, deficientes, imigrantes e provenientes de pequenas escolas nas zonas rurais.

O primeiro-ministro Malcolm Turnbull disse que o sistema educacional australiano deve ser mais justo, equilibrado e consistente:

"In the interest of our children and out grandchildren, the time has come to bring the school funding wars to an end and to focus with renewed energy on ensuring that all our children have great schools and great teachers so that they can realise their full potential."

Mas as escolas católicas afirmam que serão prejudicadas, sofrendo cortes nos planos anunciados pelo governo de aumentar o financiamento das escolas de 17,5 bilhões de dólares este ano para 30,6 bilhoes de dólares daqui a dez anos.

Há uma lista, no entanto, de escolas particulares que terão o seu financiamneto reduzido, e as escolas católicas estão nesta lista.

Malcolm Turnbull disse que há apenas 24 escolas particulares na Austrália que vão acabar tendo as suas verbas governamentais reduzidas.

"There are only about 24 schools, it's estimated, who will actually receive less. They're non-government schools. The goal is to get everybody being treated equitably and consistently. And because of the way Labor handled it, some schools were getting funding well ahead of others, some were behind, it was all over the place. It would have take 150 years to get the consistency and the fairness that Gonski proposed. So we're delivering that."

Siga-nos no Facebook e Twitter.

 


Share