O Plantador de Abóboras, distinguido no Brasil com o prémio Oceanos sendo um romance, uma ficção que passa por símbolos e mitos de Timor (da montanha ao crocodilo) é uma viagem plena de realidade sobre o último século em Timor – é uma história de Timor desde o começo do século 20.
O escritor, o timorense Luís Cardoso, que usa com sabedoria as técnicas da literatura oral que é o tipo de relato que prevalece em timor, começa por contar uma revolta timorense, logo no começo do século 20 – contra a administração colonial portuguesa. Em Lisboa, o governo de Pinheiro Chagas, o 2º da 1ª república, decidiu então enviar soldados de Moçambique com a missão de acabarem com a revolta. Foi a chamada Campanha de Pacificação que juntou muitos soldados moçambicanos com mulheres timorenses.
Depois, 2ª Grande Guerra Mundial, em 1942, o Japão aliado de Hitler, invade Timor – ilha porta-aviões para o objetivo de ataque à Austrália. O povo timorense resistiu, alguns (muito poucos) portugueses, por conta própria ajudaram, a Austrália também enviou um batalhão. Morreram dezenas de milhar de timorenses.
A seguir, 75 a invasão que marcou o início de 24 anos de brutal ocupação indonésia – mas com valente resistência timorense.
São reconhecidos como heróis os guerrilheiros que participaram nessa resistência – que levou à libertação – e à independência decidida em referendo em 99.
Mas já nesse tempo – relata a voz de Luis Cardoso na página 163 das 180 do Plantador de Abóboras – apercebi-me das disputas internas entre os camaradas de luta pelo controlo ideológico do partido revolucionário. Acusavam-se mutuamente de traição à linha verdadeira.
É facto que houve unidade no essencial – nos dias da independência de Timor mas agora passados 20 anos – aí está áspero o confronto entre fações, famílias e sobretudo no duelo entre os 2 principais partidos com alta rivalidade: Fretilin e CNRT.
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