A prática do tempo colonial tornou Portugal um centro de elite de medicina tropical.
É assim que há equipas portuguesas na linha da frente da luta contra a malária e outros males – mais férteis nos trópicos.
Nos últimos 40 anos surgiu uma nova frente: o ébola.
E lá estão investigadores portugueses outra vez na primeira linha, desta vez a caminho do Congo.
O Ébola volta a sere uma tragédia com várias tragédias dentro.
A doença que começa por parecer cólera ou malária está a voltar como epidemia – outra vez fora de controlo, na parte oriental do Congo, mas também a ameaçar regiões vizinhas no Ruanda, no Uganda e no Sudão do Sul.
Há 3 anos, o ébola tinha avançado pela Serra Leoa e pla Libéria, onde levou pelo menos 11.300 vidas.
Nesse final de 2016, após aquela vaga da epidemia do mal causado pelo vírus, que parte do morcego da fruta e que se propaga pelo contacto com o sangue e outros fluídos de humano, pensou-se que o ébola não voltaria a ser devastador porque laboratórios farmacêuticos já tinham conseguido criar medicamentos eficazes para o tratamento.
Falava-se até em vacina que, apesar da fase experimental, a OMS está agora a prometer altamente eficaz, mas em agosto de 2018, o ébola voltou a aparecer.
Foi diagnosticado um primeiro caso, agora na República Democrática do Congo.
Logo a seguir um outro, e mais outro, e outros mais.
Estão identificadas neste momento, passados sete meses deste novo surto, mais de 1000 pessoas infetadas e confirmadas 600 mortes por esta nova crise de ébola.
Os detalhes estão na crônica desta semana do correspondente da SBS, em Lisboa, Francisco Sena Santos.