O remédio imunoterápico, chamado Keytruda, ajuda o corpo a usar o seu próprio sistema imunológico para combater o Linfoma de Hodgkin.
Esse é um dos cinco medicamentos que foram adicionados ao Esquema de Benefícios Farmacêuticos do governo australiano.
O linfoma de Hodgkin é um dos tipos mais comuns de câncer e origina nos linfonodos ou gânglios do sistema linfático.
A mudança deve auxiliar 120 australianos que sofrem da doença todos os anos.
Alison Beninati (foto) foi diagnosticada com o linfoma de Hodgkin há 18 anos.
Ela participou de uma rodada de testes com a Keytruda, depois do câncer retornar e outros tratamentos não funcionarem. "Eu não perdi o meu cabelo. Eu mantive minha energia, eu sou uma pessoa que tem muita energia. Não estou cansada. Posso cuidar do meu filho de três anos de idade. Não me sinto uma pessoa doente, ou como uma pessoa que está passando por um tratamento de câncer."
Se Alison e o marido tivessem que pagar pela droga, isso lhes custaria 200 mil dólares, o que tornaria Keytruda totalmente inacessível.
Cerca de 500 pessoas são diagnosticadas todos os anos com o linfoma de Hodgkin.
Desses pacientes, mais de 120 não podem fazer quimioterapia, ou simplesmentes não respondem à quimio. A partir de primeiro de maio elas poderão ter acesso ao remédio por um preço muito mais baixo
Sharon Winton, a diretora da Linfoma Austrália, disse que o anúncio vai mudar a vida das pessoas que sofrem da doença. Isso significa que pacientes e familiares agora podem seguir com suas vidas e focar na sua batalha contra o câncer, ao invés de ficar se preocupando sobre como pagar pelo remédio e como farão para conseguir milhões de dólares.
O remédio prolongou a vida do famoso defensor do Grand Prix em Melbourne, Ron Walker, que foi tratado por melanoma, uma versão especialmente agressiva de câncer de pele.
O doutor Michael Dickinson, do Centro para Tratamento Cancerígeno Peter MacCallum, explica como a droga funciona. "A Pembrolizumabe (Keytruda) estimula as células de defesa do próprio organismo a identificarem o câncer e o atacarem e melhora as chances de resposta ao tratamento em comparação com a exposição adicional à radiação ou outros tratamentos"
O Brasil ainda não aprovou a pembrolizumabe para o linfoma de Hodgkin. Ele só é empregado contra o melanoma.
Uma outra droga usada para tratamento avançado de câncer de pulmão, a Giotrif, também foi adicionada ao Esquema de Benefícios Farmacêuticos do governo.
Uma fórmula para crianças com intolerâncias alimentares, um tratamento para a epilepsia e um medicamento para inflamação crônica também foram listados e agora serão comercializados a um preço mais baxio
O ministro federal da Saúde, Greg Hunt, disse que os medicamentos vão mudar a vida de muitos. "É uma oportunidade na vida que, de outra forma, não estaria disponível."
DOS ARQUIVOS DA SBS PORTUGUESE
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