Estamos no fim de semana em que os portugueses só podem sair à rua de manhã.
À uma da tarde começa o recolher obrigatório que vigora até às 5 da manhã do dia seguinte.
É uma medida para evitar as reuniões familiares muito frequentes ao fim de semana e que está demonstrado serem lugar principal para o contágio covid.
Portugal atingiu neste sábado o maior número de pessoas em estado crítico hospitalizadas em cuidados intensivo, desde o inicio da pandemia: são 413 as que estão a ser tratadas nesse máximo cuidado hospitalar.
Ao todo, são 2798 as pessoas hospitalizadas em Portugal, por causa da pandemia.
A locomotiva do virus avança cada vez mais depressa contra cada um de nós. O contágio propaga-se em toda a Europa e nas Américas a velocidade superior às previsões, aumenta exponencialmente a taxa de casos positivos e também dispara o número de mortos. Ao mesmo tempo, instala-se a querela política a que fomos poupados na primeira vaga.
Nas principais cidades, Lisboa e Porto, decorreram nos últimos dois dias manifestações muito tensas, sobretudo do setor da restauração – gente desesperada por estar com o negócio fechado e a considerar que as ajudas governamentais não bastam.
Na maioria dos países não se esperava que esta segunda vaga viesse tão forte e tão cedo no tempo em que a vacina ainda é uma miragem cheia de incertezas.
Muito do verão foi vivido como quase fim do pesadelo. O ar que respirámos em volta da praia era o do regresso à vida. A vontade de escaparmos a novos condicionamentos da liberdade de movimentos levou tantos de nós a desvalorizar o facto de o virus continuar entre nós. O mal, de facto, não estava removido.
Neste sábado, Portugal registou mais 55 mortes e 6602 casos confirmados de covid-19. O país já registou 211.266 casos confirmados de infecção desde o início da pandemia e 3305 mortes.
Perante a emergência desta segunda vaga da Covid, há recolher obrigatório às 11 da noite nos dias úteis e logo à uma da tarde no fim de semana.