Portugal teve no último mês mais casos detetados de contágio Covid-19 do que nos 10 meses anteriores.
Estão a ser nos últimos 4 dias sempre mais de 50 mil novos casos por dia. Mas, a maior parte dos casos tem sintomas ligeiros ou é mesmo assintomática.
Mesmo assim, há preocupação crescente: aumenta à medida que o inverno avança, o número de internamentos e de óbitos por Covid-19.
A mortalidade por Covid-19 aumentou 47% numa semana.
Neste sábado, 43 mortes. Na véspera, 49. Na antevéspera, 46.
Na maior parte dos casos mortais são ou pessoas que não quiseram manter o processo de vacinação (há quem não tenha querido o reforço da vacina e há cerca de 600 mil pessoas que não quiseram ser vacinadas), e, entre os casos mortais também a aceleração de outras doenças.
Placa de testes de COVID em ponto de ônibus em Lisboa. Source: EPA/MARIO CRUZ
Sendo que quem por exemplo, está hospitalizado por doença imunológica ou cardiorrespiratória, mas também contraiu Covid-19, caso haja falecimento, o óbito é classificado como causa Covid-19.
Há neste momento, num país com mais de 10 milhões de pessoas, mais de 600 mil em confinamento obrigatório. É um número que disparou com esta escalada de mais de 50 mil casos por dia nesta última semana.
Em contrapartida, nos cuidados intensivos, o número de doentes críticos fica pelos 150, baixo se compararmos com as 800 pessoas de há um ano. Mas, fora de cuidados críticos, há 2 mil pessoas hospitalizadas em Portugal por Covid-19.
Faz neste 23 de janeiro um ano foram detetados 13.987 novos casos de covid-19 (4 vezes menos que agora), mas foram registadas 234 mortes (portanto cerca de 5 vezes mais). Ao todo, havia há um ano 5774 pessoas internadas. Agora, cerca de um terço.
Está evidenciado que a ómicron, tendo altíssima propagação é menos grave em consequências que anteriores versões.
A vacinação também é determinante para que o contágio não conduza a doença grave.
Há cuidado com uma variante a BA.2, já detetada da ómicron. Tem várias características genéticas semelhantes à conhecida BA.1 mas tem um “excesso” de mutações na proteína spike.
Outra das evoluções que preocupam é o alastramento de contágios entre as faixas etárias mais jovens.
As autoridades portuguesas de saúde alertam em comunicado que “dado o rápido aumento de casos, mesmo tendo em consideração a provável menor gravidade da doença provocada pela variante ómicron (BA.1), é expectável impacto na sociedade em termos de absentismo escolar e laboral, um aumento de pressão sobre o todo o sistema de saúde e na mortalidade, recomendando-se a manutenção das medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço”.
Dias outra vez preocupantes a uma semana de eleições com campanha tão intensa que outra vez com muita gente na rua e grande confronto entre esquerda e direita, com a distância entre os dois lados a reduzir-se, embora continue nas sondagens a vantagem do PS e da esquerda.