Mortalidade por Covid-19 aumentou quase 50% na última semana em Portugal: 116 mil novos infetados em dois dias, mas a maioria sem gravidade

Portuguese Prime Minister Antonio Costa pointing to a chart showing the worsening COVID-19 situation in Portugal due to Omicron.

Source: Corbis/Horacio Villalobos

Confira na crônica desta semana do correspondente do Programa Português da Rádio SBS em Lisboa, Francisco Sena Santos.


Portugal teve no último mês mais casos detetados de contágio Covid-19 do que nos 10 meses anteriores.


Estão a ser nos últimos 4 dias sempre mais de 50 mil novos casos por dia. Mas, a maior parte dos casos tem sintomas ligeiros ou é mesmo assintomática.


Mesmo assim, há preocupação crescente: aumenta à medida que o inverno avança, o número de internamentos e de óbitos por Covid-19.

A mortalidade por Covid-19 aumentou 47% numa semana.


Neste sábado, 43 mortes. Na véspera, 49. Na antevéspera, 46.


Na maior parte dos casos mortais são ou pessoas que não quiseram manter o processo de vacinação (há quem não tenha querido o reforço da vacina e há cerca de 600 mil pessoas que não quiseram ser vacinadas), e, entre os casos mortais também a aceleração de outras doenças.
covid Portugal
Placa de testes de COVID em ponto de ônibus em Lisboa. Source: EPA/MARIO CRUZ

Sendo que quem por exemplo, está hospitalizado por doença imunológica ou cardiorrespiratória, mas também contraiu Covid-19, caso haja falecimento, o óbito é classificado como causa Covid-19.

Há neste momento, num país com mais de 10 milhões de pessoas, mais de 600 mil em confinamento obrigatório. É um número que disparou com esta escalada de mais de 50 mil casos por dia nesta última semana.


Em contrapartida, nos cuidados intensivos, o número de doentes críticos fica pelos 150, baixo se compararmos com as 800 pessoas de há um ano. Mas, fora de cuidados críticos, há 2 mil pessoas hospitalizadas em Portugal por Covid-19.


Faz neste 23 de janeiro um ano foram detetados 13.987 novos casos de covid-19 (4 vezes menos que agora), mas foram registadas 234 mortes (portanto cerca de 5 vezes mais). Ao todo, havia há um ano 5774 pessoas internadas. Agora, cerca de um terço.


Está evidenciado que a ómicron, tendo altíssima propagação é menos grave em consequências que anteriores versões.


A vacinação também é determinante para que o contágio não conduza a doença grave.


Há cuidado com uma variante a BA.2, já detetada da ómicron. Tem várias características genéticas semelhantes à conhecida BA.1  mas tem um “excesso” de mutações na proteína spike.

Outra das evoluções que preocupam é o alastramento de contágios entre as faixas etárias mais jovens.


As autoridades portuguesas de saúde alertam em comunicado que  “dado o rápido aumento de casos, mesmo tendo em consideração a provável menor gravidade da doença provocada pela variante ómicron (BA.1), é expectável impacto na sociedade em termos de absentismo escolar e laboral, um aumento de pressão sobre o todo o sistema de saúde e na mortalidade, recomendando-se a manutenção das medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço”.


Dias outra vez preocupantes a uma semana de eleições com campanha tão intensa que outra vez com muita gente na rua e grande confronto entre esquerda e direita, com a distância entre os dois lados a reduzir-se, embora continue nas sondagens a vantagem do PS e da esquerda.



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