Como muitos estudantes brasileiros na Austrália, Leonardo Kila, de Sydney, perdeu o emprego na construção civil após as restrições do coronavírus.
Sem dinheiro para pagar o aluguel ele conseguiu acomodação gratuita em casa de família, num esquema homestay, como parte do programa de assistência para estudantes internacionais do governo de New South Wales.
Formado em Relações Públicas no Brasil, Leonardo Kila, 33 anos, natural de Porto Alegre, veio para Sydney há dois anos para fazer um curso de Desenvolvimento de Sites e Sistemas. Pouco sabia que seus planos iriam virar de cabeça para baixo com a pandemia do coronavírus.
“Eu vi pela internet o programa de assistência a estudantes internacionais de New South Wales, que oferece acomodação a custo zero em casa de família,” recorda Leo.
“Eu me inscrevi e me chamaram, me perguntaram sobre o meu perfil, viram onde eu morava, se eu queria fazer parte de uma família ou viver com a família mas de maneira mais independente... Tem sido muito bom para mim, ficar aqui enquanto volto a estabelecer os meus trabalhos e a minha renda.”
O programa cobre os custos da acomodação por seis meses.
Apesar de estar bem, Leonardo recorda que os primeiros meses do fechamento da economia após o coronavírus foram os meses mais difíceis de sua vida. "Lembro muito do que o primeiro-ministro Scott Morrison disse aos estudantes que deveriam considerar retornar aos seus países. Aquilo me abalou muito e às pessoas a minha volta."
Esse auxílio não foi oferecido no momento do auge da crise da Covid. Eu tinha perdido meu emprego, e achei uma boa opção para mim até eu conseguir colocar as coisas em ordem de novo. Eu sempre trabalhei com construção civil e os empregos nessa área reduziram bastante. Foram dois meses difíceis para todo mundo que era estudante. Sei que muita gente a minha volta está sofrendo com tudo isso.
Existem cerca de 565 mil estudantes internacionais na Austrália. Muitos deles, são, como Leonardo inelegíveis para o auxílio do governo oferecido pelos programs do ‘JobKeeper’ ou ‘JobSeeker’.
No início deste mês, o governo de NSW anunciou um pacote de AU$20 milhões para colocar os estudantes em acomodações temporárias.
Estudantes em outros estados, como Victoria, receberam pacotes de apoio governamental mais generosos, incluindo doações em dinheiro de até AU$1.100 por estudante que tenha perdido o emprego e esteja com dificuldades financeiras.David Bycroft, fundador da Australian Homestay Network (AHN), uma das empresas terceirizadas pelo governo de NSW que também trabalha com refugiados disse que mais estudantes da América do Sul e Latina estão buscando acomodação com família. “Temos 200-300 estudantes inscritos, 10% deles da América do Sul e América Latina, o que mostra uma mudança, pois esses estudantes historicamente sempre preferiram ficar em acomodação própria.“
Leo Kila: “Durante o lockdown da pandemia tivemos muita gente para poucos empregos disponíveis, os empregos na construção civil reduziram bastante. Foram os dois meses mais difíceis para mim.” Source: Supplied
Leonardo disse que apesar da ajuda inicial do governo ter sido tímida, “dada a importância dos estudantes internacionais para a economia do país, já que muitos australianos não fazem esse tipo de trabalho pelo dinheiro oferecido,” ele vê mudanças positivas no mercado de trabalho.
“As coisas já estão mudando aqui em Sydney, já estamos vendo mais vagas abrindo na construção civil,” diz.
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Residentes na área metropolitana de Melbourne estão sujeitos às restrições do Estágio 4 e devem cumprir o toque de recolher entre 8h da noite até 5h da manhã. A lista completa de restrições está .
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