Entre os artistas que se uniram a Roger Waters, estão os músicos José Mário Branco, Vítor Rua e Chullage, a coreógrafa Olga Roriz, os actores Maria do Céu Guerra, André Gago, Sara Carinhas, Manuela de Freitas e João Grosso, os escritores Alexandra Lucas Coelho e Afonso Cruz, a cineasta Raquel Freire, os artistas Joana Villaverde e Thomas Walgrave, e Tiago Rodrigues, director artístico do Teatro D. Maria.
Na carta dirigida ao cantor Conan Osiris pode ler-se que “ir a Israel seria ignorar o cerco ilegal que o país mantém a 1,8 milhões de palestinianos em Gaza, negando-lhes os direitos mais básicos. Entre 41 quilómetros de comprimento por 6 a 12 de largura, os habitantes vivem com água racionada, estão cercados por muros e soldados, são agredidos e assassinados de forma impune.”
Mais à frente, os signatários, recordam a Conan Osiris que “a escassos minutos do lugar onde vais cantar, vivem ainda 2,7 milhões de palestinianos aprisionados por um muro de apartheid ilegal.”
Questionado sobre essa carta, o músico português afirmou que "cada um tem a sua visão".
Ao longo da história da Eurovisão, uma competição que Israel ganhou quatro vezes em 46 anos, houve alguns países que decidiram anular a sua participação. Às vezes por motivos políticos, como a Áustria em 1969, que se recusou a ir a Madrid em protesto contra Francisco Franco, outras por razões diferentes, como quando, no ano seguinte, a mesma Áustria, tal como a Finlândia, a Noruega e Portugal, insatisfeitos por ter havido um empate entre quatro candidatos na edição anterior, também não participaram.
A Itália boicotou em 1981 e 1982 por achar que não valia a pena participar num festival que considerava antiquado. Em 1975, a Grécia retirou-se em protesto contra a entrada da Turquia no concurso, por causa da invasão de Chipre, que tinha ocorrido um ano antes. Por sua vez, a Turquia não foi em 1976, contra o facto de a canção grega ter um teor político. Repetiram o boicote no ano seguinte e em 1979, justamente por causa dessa edição se ter realizado em Israel.
As regras da Eurovisão proíbem referências e gestos políticos, seja nas letras, seja na conduta dos intérpretes.