Dias de espera pela esperança

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Palestinos celebram o anúncio do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Source: AP / Abdel Kareem Hana/AP

Agora a espera é com ainda mais esperança. O acordo está anunciado pelas partes negociadoras que tiveram – para além de arte negocial – poder para o impor – e o calendário mostra que os representantes de Trump foram determinantes para – desta vez - obrigar Netanyahu – ao compromisso a que sempre arranjou pretexto para rejeitar.


Perante o poder da nova administração americana que na segunda-feira toma posse – Netanyahu já não tem mais alternativa – que lhe permita escapar ao acordo de cessar fogo e permuta de reféns por prisioneiros.

Apesar da imposição de trégua – estes 3 dias que nos separam do domingo, 19 de janeiro, em que fica em aplicação – ainda estão carregados de ameaça de mais matança israelita antes do fecho imposto de 15 meses e meio de cruel guerra de devastação.

Apesar de toda a prudência necessária – já neste domingo as partes – Israel e Hamas, ficam obrigadas a iniciar a permuta de um primeiro grupo de reféns or um primeiro grupo de prisioneiros. E o cessar-fogo fica imposto – com o poder da verificação dos mediadores internacionais.

Depois - há que esperar que esse plano de trégua não derrape. O histórico de acordos na região chama para toda a cautela. Mas há a certeza de uma boa evolução vai acontecer – resta saber por quanto tempo.

Cessar-fogo não é o mesmo que fim da guerra – mas este é o fim anunciado plos negociadores. Há que amparar a esperança – com grande desejo de que lhe seja dada consistência e que o caminho para a paz –possa perdurar.

Que a autoridade palestiniana possa rer reformada e revigorada – que a autodeterminação possa ficar instalada e que leve ao milagre da convivência entre os dois povos lado a lado. É a esperança a cultivar e a amparar – muito.

Os negociadores deste acordo entre Israel e o Hamas – ficam desde já sérios candidatos ao Nobel da Paz – ainda está por saber quem são as personagens nos bastidores que conseguiram esta missão impossível.

Por agora – mais uma outra boa noticia que tem como figura simbólica – uma Nobel da Paz – a mais jovem premiada de sempre, a paquistanesa Malala Yousafzai.

Ela tinha 17 anos quando em 2014 foi a Oslo receber o prêmio. Malala era a menina – a adolescente - a quem um grupo de talibàs paquistaneses – dois anos antes - abriu a cabeça – com um tiro – apenas porque ela queria continuar a estudar.

Pôde ser salva – tratada em Londres – recebeu o Nobel e é ativista na luta pla emancipação das mulheres nos países islâmicos que ainda continuam fechados – e que persistem na proibição da escola – a secundária e a universidade – para as meninas e as mulheres. É uma proibição que trava a vida de milhões de pessoas – apenas porque nasceram – do sexo feminino.

Agora – precisamente o Paquistào – o país onde Malala nasceu e onde foi alvejada por fundamentalistas talibãs, organizou uma conferência internacional – pla liberdade das mulheres – pelo direito delas – das meninas e das mulheres à educação – também nas terras do Islão.

Estiveram representados nesta conferência em Islamabad, 44 países islâmicos – foram – a par de pessoas da sociedade civil, representantes governamentais de todos esses 44 países – todos países islâmicos – uma ausência – esperada – sobressaiu – a do governo do Afeganistão – os talibãs se recusaram a participar.

Mas os mais de 1500 delegados aplaudiram de pé o apelo de Malala à resistência ao obscurantismo dos talibãs que impõem o apartheid entre sexos.

A denúncia de Malala – eles pretendem eliminar as mulheres e as meninas de todos os aspetos da vida pública. Os delegados de todos os países islâmicos aplaudiram – a denúncia de Malala – a denúncia e o apelo à resistência.

Todos – menos um, o Afeganistão – que recusa esse direito básico – o de todos, no caso de todas – à educação.

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às quartas-feiras e domingos.

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