Quando – e de que modo poderá estar interrompida a propagação da ameaça, neste caso o coronavírus deste 2020?
Vale termos em conta outras emergências agudas de saúde pública global no nosso tempo.
Houve o SARS – síndrome respiratório agudo severo.
Foi detetado um foco inicial em novembro de 2002. Propagou-se por toda a China e por uma trintena países. Passados quatro meses já não se falava desta SARS que – números oficiais – atacou umas 8 mil pessoas e causou cerca de 800 mortes. Então a restrição de deslocações pela China (não tão severa quanto agora) contribuiu para a redução mecânica e extinção da crise. As autoridades chinesas foram muito criticadas plo alerta tardio e pelo ocultamento de dados. Esta SARS terá tido origem em morcegos.
Surge a pergunta – que estranha ligação têm estes bichos obscuros com os vírus que causam epidemias?
A Organização Mundial de Saúde tratou (logo a seguir à crise SARS) de promover a cooperação transparente, com extremar da prevenção e um plano mundial de prevenção de pandemia – lançado em 2005.
Nestes últimos meses – foi publicado um estudo global em larga escala sobre SEGURANÇA NA SAUDE PUBLICA conduzido por equipas da John Hopkins – universidade americana na vanguarda da investigação – um estudo financiado, designadamente pla fundação Bill & Melinda Gates.
O Global Health Security Index – ordena a avaliação da capacidade de resposta de 195 países, seis parâmetros considerados como base: prevenção, deteção, resposta rápida, sistema de saúde, respeito das normas e riscos ambientais.
Portugal está com boa avaliação – 20º lugar entre 195 países – Portugal aparece a par da Belgica e do Japão, uma lista que tem no topo Estados Unidos, Reino Unido e Holanda.
A Austrália aparece logo a seguir, 4º lugar e o Canadá em 5º. O Brasil – está na parte boa da tabela – 22º lugar.
Inquietante a posição de outros países lusófonos
Cabo Verde lugar 146
Moçambique 153
Timor Leste 166
Angola 170
São Tomé e Príncipe – 192 entre 195 países
pior somente que a Coreia do Norte, Somália e Guiné Equatorial.
Mas as emergências agudas de saúde pública sucedem-se – atravessam o tempo em 2012 – a MERS – síndrome respiratório do medio oriente – com os camelos como fonte direta; em 2014 – critica – a epidemia de ebola que massacrou a costa ocidental de África.
Houve a gripe das aves – o celebre vírus H5N1 – detetado pela 1ª vez em 96 numa população de gansos em Guandong – a China vizinha de Hong Kong e Macau – disparou a crise quando o vírus chegou em 97 a mercados de aves vivas em Hong Kong.
A investigação vai permitindo travar os vírus que nos atacam no caso deste coronavirus de 2020 – ainda falta saber – como diz um dos peritos hoje numa cimeira da OMS – falta saber que porção do icebergue (clínico) é que já conhecemos – como passar para a frente do vírus, dominá-lo e evitar que possa reaparecer em novas vagas.
Estes últimos anos têm sido de lastimável recuo na geopolítica - mas esta crise do coronavírus 2020 está a mostrar o que parece ser exemplar cooperação e coordenação internacional.