A imprensa australiana celebrou a saída do Brasil do páreo para ser a sede da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, dizendo que as chances da candidatura Austrália-Nova Zelândia aumentaram exponencialmente. Segundo análises dos sites esportivos, o país compete principalmente com o Japão.
A Confederação Brasileira de Futebol retirou a candidatura do Brasil depois de conceder que o apoio financeiro do governo e de empresas privadas - requisitados pela FIFA - não poderiam ser garantidos.
“Por conta do cenário de austeridade econômica e fiscal, fomentado pelos impactos da pandemia da Covid-19, não seria recomendável, neste momento, a assinatura das garantias solicitadas pela FIFA,” disse o comunicado da CBF.
Com a saída do Brasil, a Australia vê o Japão, que venceu a Copa do Mundo Feminina de 2011, como seu principal rival.
O Japão apresentou na sua candidatura oito estádios de futebol, vários dos quais serão usados para torneios olímpicos. A Colômbia formou sua liga feminina em 2017 e está no páreo para ser o primeiro país da América do Sul a sediar o torneio.
O presidente da Football Federation of Australia (a CBF australiana), James Johnson, disse à ABC que ao contrário do Brasil, o governo australiano mantém seu total apoio para o país sediar a Copa.
"Certamente acreditamos que uma oferta bem-sucedida da Copa do Mundo Feminina da FIFA ajudaria os governos federal e estadual e muitos setores da indústria australiana", disse Johnson.
Johnson acredita que, se vencer o Japão, a Austrália receberá um boost econômico e turístico.
"Isso nos dará muitas oportunidades econômicas positivas até 2023. O que a Copa do Mundo Feminina faria pela Austrália e Nova Zelândia é que veríamos 1,5 milhão de espectadores atendendo aos jogos.
"Os jogos seriam realizados em 12 cidades-sede – sete das quais aqui na Austrália. Prevemos um benefício social e econômico de AU$ 460 milhões ao sediar o torneio."
"O apoio do governo australiano está mais forte do que nunca."
A resposta proativa da Austrália ao coronavírus é uma vantagem
Johnson acredita que a maneira como a Austrália e da Nova Zelândia agiu para combater a crise do COVID-19 manterá a candidatura competitiva. Ele também citou como a FFA conseguiu com sucesso sediar parte do torneio olímpico de qualificação da Asian Footbal Cup em fevereiro último.
"[Em fevereiro] nós fomos uma das primeiras federações de futebol do mundo que tiveram que lidar com o COVID-19 porque as Matildas deveriam ir a Wuhan para competir nas eliminatórias das Olimpíadas", disse Johnson.
"Tomamos uma decisão muito rápida de não enviar as jogadoras. No momento em que a decisão foi tomada, o COVID-19 não era o que sabemos que é hoje - era apenas um vírus que saiu de Wuhan.
"Questões como a forma como lidamos com [a organização] da seleção nacional chinesa de mulheres, como pudemos realizar um bom torneio de qualificação para as Olimpíadas a curto prazo em Sydney, são pontos positivos para a nossa candidatura.
“E também como nosso governo lidou com o COVID-19 como um todo — não só no futebol,” disse Johnson.