Os dois brasileiros tem 39 anos, moram nos bairros a leste de Perth e estão com visto temporário de permanência na Austrália.
A polícia não identficou os brasileiros, mas o jornal West Australian, na sua edição desta sexta-feira, sim: Ronei da Rosa e André Surano Simon.
Jornal West Australian, edição de 24 de janeiro de 2020, identificando os dois brasileiros detidos em Perth Source: West Australian newspaper
Um deles foi formalmente indiciado com:
- duas acusações de roubo
- duas de posse de material identificado como intenção de cometer uma ofensa,
- duas acusações de posse de equipamento de identificação com a intenção de cometer uma ofensa
- confecção, uso e fornecimento de material de identificação com a intenção de cometer uma ofensa.
Ele teve o seu pedido de liberdade sob fiança negado e compareceu à Corte dos Magistrados de Perth no dia 3 de janeiro, devendo voltar à mesma Corte nesta sexta-feira, 24 de janeiro.
O outro brasileiro foi indiciado por lavagem de valores (Property Laundering).
Ele compareceu à Corte dos Magistrados de Perth na sexta-feira, dia 10 de janeiro, devendo voltar à mesma Corte na sexta-feira, 7 de fevereiro.
Os detetives estabeleceram várias linhas de inquérito no Brasil e estão trabalhando com organizações parceiras no combate ao crime tanto na Austrália como no exterior, na investigação destes dois brasileiros.
Uma operação policial começou quando um aparelho chupa-cabras foi localizado em um caixa eletrônico no bairro de Northbridge.
“Chupa-cabras” são aparelhos que roubam dados de cartões para obter informações referentes à eles.
Outros dois aparelhos chupa-cabras foram localizados em caixas eletrônicos em Doubleview e Fremantle.
A polícia vai alegar na Corte que o aparelho estava acoplado ao caixa eletrônico em Doubleview no dia 18 de dezembro e em Fremantle no dia 20 de dezembro.
A Polícia da Austrália Ocidental/WA Police Force disse que o banco envolvido ajudou na identificação dos acusados.
Na quinta-feira, dia 2 de janeiro, uma ordem de busca e apreensão foi executada em uma residência na rua Bennett, East Perth.
Os dois brasileiros foram então detidos e vários itens de interesse foram recolhidos pela polícia, incluindo cartões plásticos vazios, cameras e outros aparelhos consistentes com a atividade de chupa-cabras/card skimming em caixas eletrônicos.
Os detetives procuraram assistência do AUSTRAC - Centro Australiano de Análise e Checagem de Transações/ Australian Transaction Reports and Analysis Centre - e identificaram várias transações bancárias suspeitas, envolvendo as remessas de dinheiro para o Brasil ao final de 2019.
Esta investigação sobre a origem destes fundos continua em andamento.
O detetive sênior Sargento Ken Foster, do Esquadrão de Crimes Financeiros na Austrália Ocidental/WA disse que estas detenções foram um baque forte na rede criminosa brasileira:
"As prisões em Perth romperam as atividades usadas aqui pela rede criminosa brasileira e forneceram informações valiosas em respeito a outros membros da rede, mais altos no escalão, baseados no Brasil."
Acrescentando "o Brasil pode estar a 15.000 km de distância, mas temos contatos que ajudam a diminuir esta distância e temos a intenção de perseguir aqueles que comitam crimes sérios na Austrália Ocidental/WA, e também aqueles que facilitam estes crimes, aonde quer que estejam escondidos."
Do arquivo da SBS Portuguese:
Brasileiros presos trazendo cocaína para Austrália: as malas, vazias, pesavam demais